. . . É que eu preciso evocar Guimarães Rosa. Ele é quem acompanha-me neste de-vagar divagarim divagante devaneio:
“A festa não é pra se consumir – mas para depois se lembrar…”
Guimarães conta A Festa de Manuelzão, é lá que ele me ensina sobre a FESTA. Nós insistimos neste estar na Praça, reinventando-a com o Arraiá, ritual do ciclo junino. Viver o rito é viver a repetição da origem, a promessa do novo divino, do mundo menino, brincante e celebrante. Não é São João menino com seu carneirinho que está nos mastros erguidos pelo Brasil afora-adentro?
"A festa é a interrupção do trabalho cotidiano. Pois “trabalhar é se juntar com as coisas, se separar das pessoas”. Então existe a festa. Deixamos as nossas vacas, galinhas, roças (e computadores) para estarmos disponíveis apenas às pessoas. Cada um vai querer se mostrar no seu modo mais encantador – por isso há roupas especiais, cabelos ou joias, mas também as falas bem colocadas e a facilidade do sorriso, o gostar um pouco mais de quem está conosco na trajetória. É um jeito de lembrar que, dos milhões de lugares do mundo, calhou de eu viver aqui; das bilhões de pessoas viventes, são essas dezenas que constituem a minha humanidade. São “os vizinhos de todas as veredas, o mundo”."
(trecho amigo de http://outraspalavras.net/oca/2015/06/29/guimaraes-rosa-especula-sobre-o-ato-de-celebrar/)O Arraiá das Marias, esta festa que oferecemos para fechar a Programação Cultura. Br 2014-2015, vai sendo recontado nas imagens:
Quantas estórias não percorreram esta noite? Quantas pessoas ajudaram a realizar esta festa?
"Porque a festa é esta clareira para a qual cada um traz a sua estória, é um encontro de fios de vida que de repente se emaranha e forma linda teia reluzente. O conjunto de amigos e familiares não são vidas em teia que podem escolher brilhar juntas? A boa festa reflete esse brilho, faz passar acima do difícil da vida, nem que seja por uma noite, para ganhar a força que o afeto partilhado produz. “A ver: ô mundo, esta vida, quando descansa de ser ruim, é até engraçada.”"
(fonte: http://outraspalavras.net/oca/2015/06/29/guimaraes-rosa-especula-sobre-o-ato-de-celebrar/)
Meu pai Dalvio que montou a fogueira, o fogo que reune-nos em roda, e deu as indicações de como montar as bandeirinhas para enfeitar a noite.
Minha mãe Maria que fez a boa comida para alimentar e esquentar a todos, conhecidos e desconhecidos.
Seu Gabriel que cedendo a energia elétrica fez a aparelhagem gentilmente emprestada da ONG Pró-Circo funcionar, o que nos cedeu duplamente a musica e a dança.
O casal de vizinhos e as crianças e jovens do calux que ajudaram, junto com a Carol Haylen, a decorar a praça, trazer escada, aparelho de som,enfeites, vassouras, mesas. . .
Os amigos que doaram os ingredientes da canjica e da pipoca: Celso Ohi, Ricardo, a Cida e o Fernando (amigos da Ong Casa Transitória), Claudinha Regina (que também ajudou na cozinha), Evelyn, Célia e tantos outros que contribuíram comprando a rifa e complementaram os comes e bebes.
Nossa gratidão a todos que acreditaram e ajudaram a construir esta festa para todos. Naquela noite a Praça celebrou todos os encontros que acontecem quando a invenção e amizade faz a aliança entre o HumanoEu, HumanoTU HumanoNós.
Viva a tudo que aprendemos e plantamos no Cultura.BR e que as flores venham no tempo certo!
Cada qual conta tua estória e esta eu conto assim . . .
Patrícia Santos
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