domingo, 27 de março de 2016

Sapatos Vermelhos - Voz de Cristiane Santos


Foto: Barbara Morais


Terezinha de Jesus
Meu divino Espírito Santo
Divino consolador
Consolai a minha alma
Quando deste mundo eu for

Terezinha... Terezinha
Terezinha de Jesus
Na hora da sua morte
Terezinha acende a luz

Sapatos Vermelhos para aquelas que vieram antes de nós e para aquelas que virão depois de nós.
Sapatos Vermelhos uma resposta ética e estética contra o feminicídio de mulheres na cidade de Juarez- México, criada pela artista plástica Elina Chauvet, esta obra tem percorrido o mundo como uma urgência para nossos tempos.
Fazer ecoar pelas ruas este canto visceral trazer a tonas estas vozes de mulheres que são violentadas cotidianamente, revelar as sutileza e grandezas da força do feminino.
Estes corpos espectrais percorrem as ruas da Marechal Deodoro em direção a Praça Santa Filomena neste dia 08/03/2016, provocando um encontro poético com o corpocidade, que ainda insiste em presentear as mulheres neste dia com flores esquecendo-se que é preciso uma mudança imagética e social para a preservação de nossa espécie.


Pela rua da amargura 
Sangue aqui escorreu
O céu se cobriu de luto
A filha de Deus morreu

Terezinha... Terezinha
Terezinha de Jesus
Na hora da sua morte
Terezinha acende a luz
Poeticamente ocupamos este espaço...


Cada passo ajoelhava
Com seus bracinhos abertos
E vossa mãe lhe dizia
Filha chegue para perto

Terezinha... Terezinha
Terezinha de Jesus
Na hora da sua morte
Terezinha acende a luz

E o universo simbólico é a morada de nossa resistência...

Não chore estrela, não chora
Que ainda hoje estou contigo
Só chores quando me vê
Nas ondas do mar perdido.

Terezinha... Terezinha
Terezinha de Jesus
Na hora da sua morte
Terezinha acende a luz

Esta performance é para todas aquelas que vieram antes de nós e para todas aquelas que nascerão depois de nós...esta performance é para que estes novos fluxos de idéias e criações se fortaleçam, repliquem...esta performance é para que nenhuma mais passe por qualquer tipo de violência...esta performance é para que nosso CORPOALMA se REBELE sempre que for intimidada ou coagida por uma atitude machista...esta performance é um canto/convocação...é nossa poética de resistência...

Cristiane Santos, atriz e dançarina da Cia. As Marias e Cia.Corpocena

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