sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Carnaval 2013 - 2º Ensaio Maria Fuá


NÃO PERCA

2º ENSAIO DO BLOCO MARIA FUÁ 

27/01/2013
À PARTIR DAS 15H

PRAÇA NÉVIO ALBIERO
RUA CABRAL DA CÂMARA, S/Nº, JARDIM CALUX
SÃO BERNARDO DO CAMPO

*

Lembrando que este ano o Bloco Maria Fuá também vai sair com o Bloco das Caixeirosas em Barão Geraldo, Campinas. 

Ouça abaixo a marchinha deste ano do nosso bloco criada por Cris Bueno e Inês Vianna das Caixeirosas.


mariafua2013 by ciaasmarias

Vem cá vem ver o bloco passar - ensaio 20/01


Vem cá vem ver o bloco passar

Vem dançar com a Maria

Maria Fuá....

2012. O que será?

Apocalipse!!!!

Não!!!!

Será que o mundo vai acabar? 

O que será do Carnaval? ...

Acaba não Mundão... Que a Fuá quer brincar mais um montão!!!!


Pois é minha gente, não é que ele não acabou e a nossa festa vem chegando de mansinho esquentando para a folia do dia 10/02/2013... 

Começamos o nosso primeiro (um pouco tímido) ensaio. As crianças que estavam conosco na Praça relembraram as canções da Maria Fuá 2012 e algumas marchinhas e tentavam aprender os toques sob a maestria de Cibele Mateus.

O desafio?  Tocar, cantar, dançar e brincar... Surgiu até uma pequena coreografia para embelezar ainda mais o nosso bloco.

Alguns curiosos observavam de longe nossa pequena folia e aos poucos foram se achegando para perto.

Depois tem mais... E olha o bloco na rua minha gente!!!


E viva o Zé Pereira... Viva o Zé Pereira... 

com sua brincadeira...

Ô abre-alas que eu quero passar...

Ô abre-alas que eu quero passar...

Eu sou Maria não posso negar...


Cristiane Santos

Tocar na Banda - primeiro ensaio do Bloco Maria Fuá 20/01


A ansiedade no dia anterior... Como as crianças vão nos receber? Senti-me como me sinto numa estréia, com borboletas no estômago e coração queimando. Sonhei, mas não me lembro do sonho, sei que antes de acordar ouvi um anjo sussurrar nos meus ouvidos:  “Eles sentiram falta”. Fiquei em estado de graça, não é todo dia que recebo um sopro divino. Eu também senti muita falta...

Domingo é dia de Erê, acendi uma vela rosa e azul e rezei antes de sair de casa. Alegria, carinho, paciência, generosidade, amor, que a criança que mora em mim esteja sempre viva.

Minha sobrinha Isabela é integrante da nossa banda de um surdo e uma caixa, ela é a minha sobrinha mais velha preferida, e eu fico muito feliz em tê-la ao meu lado brincando o carnaval.

Bem, domingo é dia de Erê e também dia de “tormento” para quem necessita de ônibus para transitar. E o que esperar de um ônibus cujo número é 13? O que esperar?


Esperar, esperar, esperar, esperar...


Duas horas para depois o “bendito” passar RESERVADO!!!!.


Não é de perder qualquer estado de graça? Perdi, perdi o estado de graça que acordei, esqueci do anjo, liguei pra SBCTrans e soltei os cachorros, reclamei, reclamei, esbravejei, esbravejei até o homem que me atendeu desligar na minha cara. Tive que parar o 19 e pedir carona até o centro para poder no centro pegar o  08. No centro... Esperar, esperar, esperar mais meia hora.

Tive que respirar muito pra poder me recompor... O que me consola é chegar à casa da dona Maria e ser sempre bem recebida, neste domingo tinha feijão preto com lingüiça, arroz, farofa, tudo de bom.

Vamos gente! Bora afinar os instrumentos e ir pra Praça, como se eu soubesse afinar os instrumentos, mas estamos no caminho. 

A garoa tinha passado, o céu com o sol se abriu, olhei pra Praça cheia de meninos... Íamos passando com os instrumentos e todos nos olhando, fomos até o palco de cimentão e pronto, o encontro aconteceu;

Vieram os mais chegados e já foram se chegando, nos abordando, nos cobrando... E nós também fomos chegando, abordando, nos explicando.


Comecei falando que esse ano a Maria Fuá está precisando urgente de pessoas pra ajudar na banda. Nossa banda anda meio des-bandada sabe? E comecei a ensinar uns toques:


 “Ra-pi-din-ho-eu-vou”- toque da caixa. 


“Eu-vou-eu-vou-eu-vou...” do surdo.1,1,1– 1,2 


ou tum, tá, tum –tá,ta do agogô 


e outros toques que fomos inventando.


O ensaio-brincadeira funciona assim, aprende um toque, grita o irmãozinho que sumiu de vista, assiste um pouquinho depois sai correndo, solta pipa cantando alalaô, entra no cordão dançando com a Cris, toca me olhando pra conferir se está certo, mesmo não estando certo eu dou um sorriso incentivando, a Cris e a Isabela eu posso cobrar, os braços doem de segurar o surdo, pausa pra conversa, chama aquele que está mais de cinco minutos olhando de longe, quando toma coragem se aproxima, se aproxima e chama a irmã, dona Maria assiste a tudo com seu olhar atento e paciente.


Vejo os pais nos bancos olhando as crianças, cantando baixinho, aos poucos a Praça está mais cheia e pulsa no Ra-pi-din-ho-eu-vou... A garoa vem voltando e nós nos despedimos com a promessa de um próximo domingo cheio de graças. 


Cibele Matheus

Bloco Maria Fuá - Carnaval 2013



Fragmentos de PEQUENAS memórias URGÊNCIAS de um ano que passou . . .


post scriptum:

duas janelas se mesclam nesta reflexão, vejamos a cor da moldura de cada uma:

Cibele Matheus  
Cristiane Santos

*

Fragmentos de PEQUENAS memórias URGÊNCIAS de um ano que passou . . . 




2012
De que são feitos os sonhos? O que é o homem/mulher? O que é o sonho? O que é um ARTISTA? O que são os encontros? Quais são os sentidos / os nossos sentidos de comunidade/coletividade?

Bloco Maria Fuá/2012

Insegurança

Agora somos nós duas

Pois é...

Tocar o barco, colocar o bloco na Praça.

Começo de ano é sempre difícil, acho que o começo de tudo é difícil, gosto mais do meio.

“Um carnaval bem aproveitado vale para o ano inteiro”. Esta eu aprendi em Barão Geraldo.

Colocar os pés no chão, tirar a cabeça das nuvens... Planejar, contar as moedas do caixa, buscar os amigos parceiros.

Domingo antes do carnaval íamos fazer o cortejo pra divulgar o Bloco... Um tiro, um corpo e... E agora? Será que convém colocar o Bloco na rua? Mas como cancelar? É melhor conversar com quem entende do assunto, de carnaval e de comunidade, Mestre Ditinho da Congada e Neusa Borges:


“Tem que ter sim, até pra mostrar que o Calux não é isso, limpar essa mancha com a alegria”

O palhaço da moto, uma figura que não chegamos a conhecer pessoalmente foi a salvação da divulgação do Bloco Maria Fuá.  Virar quatro, virar seis, contas de multiplicação para dar conta de tudo.

Mais foi um carnaval muito bonito, a Fuá cresceu, tinha mais gente do que em 2011. Amigos queridos, amigos de amigos queridos, as crianças, a comunidade fazendo folia debaixo da saia da Fuá.

... Sol, sol, sol, sol, sol

...  Água de mangueira pra refrescar

... Pão com carne louca e suco.

A possibilidade do encontro, de comunhão. É a nossa folia, nosso mundo aos avessos, nossa segunda vida.


Quais são os sentidos / os nossos sentidos de comunidade/coletividade?


Trocar... trocar com o outro... Quais são as nossas URGÊNCIAS!?


Diálogo da Cia. AS Marias com representantes do poder público ou pérolas raras...

...Quais são as nossas URGÊNCIAS!?

Com a inauguração do CLAC – “O mundo fantástico das artes cênicas” e a entrada de um monte de comissionados andreenses na Secretaria de Cultura perdemos nosso espaço de ensaio e criação na Câmara de Cultura, minto... Podíamos utilizar o espaço à noite, depois de arrastar cuidadosamente os banners da exposição, podíamos usar o quintal que há mais de um ano o vento derrubou a lona e não foi colocada outra no lugar: então com chuva não dá pra usar, com sol de lascar nos lascamos... E a antessala que até dá pra alongar duas pessoas, mais do que isso fica difícil.

Você conhece o espaço da Câmara de Cultura? E o espaço do CLAC?

“O CLAC é o lugar das artes cênicas, da pesquisa, tem espaço pra guardar nossas coisas, cozinha, chuveiro...”

...Quais são as nossas URGÊNCIAS!?

É um espaço ótimo, mas não serve para nosso trabalho, pois precisamos da rua, do contato com o passante.

“Mas tem uma Praça em frente ao CLAC que pensamos utilizá-la para fazer teatro de rua”

...Quais são as nossas URGÊNCIAS!?

Que legal, mas não é um local de passagem, é praticamente o playground das casas dos arredores. Quem circula no Baeta além dos moradores do Baeta? A Marechal concentra todos os bairros da cidade, toda periferia da cidade. Sabemos que também é função do artista fomentar público, fazemos isso no Calux, fazemos isso no Centro, temos uma história e um compromisso com o nosso público, público este que estamos sempre formando e sendo formados por eles.

“Não entendo por que As Marias são tem resistentes ao CLAC?”


...Quais são as nossas URGÊNCIAS!?


Minha filha, não somos resistentes ao CLAC, nós somos resistentes a nossa estética.

Foi um ano de língua afiada e pouco juízo

Cristiane ao secretário de cultura na palestra de inauguração do CLAC:

 “Você enquanto artista não tem vergonha de oferecer cachê de R$100,00 pros artistas da cidade?”

“... Ai, por favor, chega de vale coxinha”

“... Nossa Neto!  É tudo lindo o que você fala, mas eu já estou por aqui dessa conversa. Uma hora é cargo comissionado, outra hora é equipe que vira chefia, chefia que vira equipe. Isso tudo não deixa de ser um departamento de cultura, é tudo muito escolar...”

Cibele em reunião com o Secretário, secretário adjunto, funcionários comissionados, agente cultural e grupos que ocupavam a câmara de cultura:

- “Eu estou cansada de toda vez ter que me apresentar, falar do meu trabalho. Quatro anos de gestão e quatro secretários de cultura!”

- “Sabe, às vezes eu fico pensando... sabe, já pensei isso várias vezes... a vontade que eu tenho é de tacar fogo nessa secretaria de cultura.”

Secretário adjunto:

 – “Mas você esperaria nós sairmos primeiro né?”

Cibele:

-“Não. Eu colocaria fogo em vocês também...”

Risos...
E tantas outras pérolas.


...Quais são as nossas URGÊNCIAS!?


Assim, passamos a utilizar durante o dia o espaço do CAJUV e a noite a Câmara de cultura.

An.dor

Repetir, repetir, repetir, repetir

Aulas com o Junior pela manhã, ensaio, criação à tarde e a noite.

Projeto linha vermelha da Cia. do Miolo. Apresentação de fragmento do trabalho em São Bernardo. Emoção. Bahia. Reflexão do trabalho. Metodologias. Contatos...

No encontro de reflexão com todos os grupos participantes do projeto, uma estranha sensação de deslocamento. A afirmação de algumas escolhas, a escolha de fazer o trabalho com ou sem essa fomentação toda. Quem é esse poder público? O que são esses editais? Rouanet, Proac, Lei de fomento de São Paulo, Funarte, Vai, Petrobrás...

“Mas São Bernardo não tem dinheiro?” nos perguntaram.

“Tem e muito, o que São Bernardo não tem é vergonha na cara, o que São Bernardo não tem é uma classe artística que brigue com e por dignidade”.

Falar do que realizamos em 2011, falar do que fazemos na Praça do Calux nos deixaram orgulhosas, mas senti alguns olhares que diziam: “Poderiam ganhar dinheiro com isso”.

Foi um ano em que nossas ações na praça diminuíram bastante para dar abertura para o nascimento e aprimoramento de outro trabalho da Cia. O espetáculo “An.dor”....nossas travessias dolorosas...afetivas... na busca do encontro...encontrar-se com o outro...dançar para o outro...

Retrabalhamos o espetáculo inteiro, revisitamos algumas imagens, alguns experimentos e apresentamos com o intuito de filmar o espetáculo.

O An.dor é um espetáculo que continua em processo, foi muito importante ter apresentado ele para pessoas da área artística, tivemos um feedback muito positivo. É uma criança que está aprendendo a An.dar... Engatinha, levanta tentando se equilibrar, dá uns passinhos, cai, levanta, se apóia, dá mais alguns passinhos, cai de novo... Mas esse ano ele vai aprender a An. dar, vai crescer.

Pequenas urgências ... mirar...refletir o ano em que o mundo não acabou e nos apontou outras possibilidades de imersão e emergir para outras evocações ...

Dançamos nossos andores pelo centro urbano da cidade... e os parceiros que ali estavam conosco evocaram e acreditaram nos deuses da arte e da beleza e aquele dia se encheu de perfume de flores...

A Moça que casou com o Diabo...

EJA, Expresso Lazer... Alguns ensaios pontuais na Praça. Alex, Anderson, Cibele e Cris.

Desde 2009, muita coisa foi se modificando-movimentando no caminho, mudança de elenco, figurino, funções. Uma escola para todos nós.

Só tenho a agradecer tudo o que eu aprendi com esse espetáculo, com o público, com meus parceiros. Na verdade, não vou conseguir me despedir nunca desse espetáculo onde fui Diabo, Roberval, Cigana, Mambembe e Maroca. Essas personas todas estão em mim e eu nelas. Atuar é uma troca com o que é e o que se pode ser. Já me bateu aquela saudade... Vontade de escrever, de provocar o público, de ver o corpo do outro se sacolejando de tanto rir.

A Moça será eterna em mim, será eterna nas Marias, será eterna pra quem sempre se lembrar que uma vez assistiu a uma peça que tinha uma Moça que queria se casar e que de tanto querer acabou se casando com o Diabo...

2012

Faltou-nos? Faltou-nos também a poesia da praça... Faltou-nos também habitar a nossa praça... pequena morada dos encontros com tantos parceiros, artistas e gente que deseja este alimento... A reencontrávamos nas perguntas e olhares daqueles participantes que também miraram e sonharam outras formas de se habitar o lugar de morada....

E o que mira nossas urgências?

2013...

Os desejos para 2013?!

¿Que mira Maria?

Voltar os olhos pras ações na Praça. As poéticas da Praça... Bloco A Maria Fuá..., oficinas, Mostra.A Mostra Cia. As Marias de Artes de Rua.. O Cine Mambembe... Contar histórias aos domingos às 17HS...


Formação, novas parcerias, novas trocas.


Circular... Conhecer lugares e pessoas.


. . . O encontro...re-encontro com o Outro...


Novo espetáculo... Popular, dança, teatro, música, intervenção, circo. Um infantil?


De que são feitos os sonhos? O que é o homem/mulher? O que é o sonho? O que é um ARTISTA? O que são os encontros? Quais são os sentidos / os nossos sentidos de comunidade/coletividade? Que estratégias serão necessárias para

Trocar... Trocar com o outro...

Dedicação, paciência, humildade.

Aprender a escrever. Escrever nossa história, nossos projetos, nosso processo, metodologia.

Quais são as nossas URGÊNCIAS!?

AS NOSSAS URGÊNCIAS POÉTICAS???!!!



“O que há de ser tem muita força”


Amém