Foto: Barbara Morais
Na sorte da carta 06 eu,
Patricia Santos, invoco as palavras-almas:
Eu invoco a força de Tuíra
Kayapó!
Eu invoco a voz da jovem Ysani
Kalapalo!
Eu invoco a beleza das
crianças Assurini!
Eu invoco os caminhos de
sabedoria de Davi Kopenawa.
Eu invoco a luta de Joenia
Wapixana.
Nosso corpo grita guerra à construção de Kararaô
(atual Belo Monte).
É na tentativa de fugir de
representações que se ergue cada Ato de criação.
É na tentativa de fazer
desabar a estabilidade das palavras de apagamento Soja,
Gado, Progresso, Civilização, Açúcar, Terra do Governo, Obra de Benfeitoria Pública,
Ordem, Madeireiras, bandeirantes, gente de bem que
operamos a cri-Ação.
É preciso estarmos atentas para
romper com cada dispositivo de escolarização e tematização d’Outro em Arte. O
que nos move é um lugar de poÉTICA.
É preciso tentar, tentar com
todos os recursos disponíveis, tentar todos os caminhos, tentar ainda que seja
fatal operar Arte, operar Palavras-Alma num país cujos governantes só operam
apagamento e genocídio.
A sorte da carta 06
relembra:
“Em virtude de sermos palavras indestrutíveis
que em nenhum tempo, sem exceção, morrerão,
em virtude de sermos palavras,
nos será permitido cantar repetidas vezes
em diferentes formas,
Ó verdadeiro pai Ñamandu, Grande Mistério, o Primeiro"
que em nenhum tempo, sem exceção, morrerão,
em virtude de sermos palavras,
nos será permitido cantar repetidas vezes
em diferentes formas,
Ó verdadeiro pai Ñamandu, Grande Mistério, o Primeiro"
(Kaká Werá Jecupé in Tupá Tenondé)
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