terça-feira, 28 de julho de 2020

Carta Caminhão


Foto: Cia. As Marias, 2011

Carta  Caminhão - Binho Signorelli

Nos primeiros passos, vestia se de sapatos vermelhos, estrelas e flores, e deixava a cidade performar nos contornos do corpo, procurando um popular, um devir de cosmogonias, conhecidas e desconhecidas. 

 

Tantas bravuras, tantas engraçadas anedotas, a poética filosófica que caiba dentro dessas existências, transmuta e se refaz a cada encontro que celebra o feminino na sua potência em lugares pouco visitados. Desde estender as roupas num dia intenso de apresentação nas caçamba do poçante do Manolo, encontros com nomes que ajudaram a constituir o que viemos ser hoje, agradecidas estamos as parcerias. 

 

Esta narrativa ainda em construção viaja no banco da motorista, dirigindo a procura das memórias não escritas em livros, mas que cabe nas bocas da vizinhança. Percorreu tantos estados, cidades, bairros e favelas. Vozes que ainda ecoam em nossas intersecções de linguagens. 

 

Maria de nome e sobrenome, toma a mais um gole de vida, Maria entende do embate, Maria busca a liberdade das oralituras, Maria é uma grande nave que atravessa uma larga travessia de tantas histórias. 

 

Aqui poucas palavras para sintetizar as 15 primaveras, outonos, invernos e verões. 15 anos de muita labuta e muita excursão. Uma volta nas raízes para celebrar o que de mais brincante há, a passagem abertar tempos atrás, a rua como mais uma integrante, sem ela seria outra coisa que não fossemos agora, é uma bela trajetória, Cia As Marias, ontem, hoje e sempre. 



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