quinta-feira, 23 de julho de 2020

Carta Manolo



Carta Manolo| a carretinha- carruagem que nos levava ao nosso destino.

Por Cristiane Santos

 

Era uma vez, assim como eram tantas e tantas vezes e era outra vez também, pois assim se caminha Maria.

Essa ciranda de mão com mão e de bairro em bairro de encontro em encontro...essa travessia de confabular aventuras...de amores, festejos, cores... estes modos de trapacear o Diabo e as tristezas da Vida... “tristeza não enche barriga", então antes de ficar mirrada e amuada no canto de casa, prepara um banho de alecrim Maria, se perfuma como flor de laranjeira e segue Maria. Segue por está Rua, aqui e acolá, pois hoje é dia de espetáculo.                                         

- Seu Manolo chegou!                             

- Olá Seu Manolo! Tudo bem? O senhor quer café?                                    

Carrega o cenário... Chegar no destino... Viver o mundo às avessas... Desfazer aos poucos a fantasia vivida... Retornar para casa.

Deslocamentos pela cidade com a carretinha-carruagem de nossos sonhos. Aquele que nos levava ao encontro do público.

- Guarda Maria! Guarda...o que tem de ser tem muita força!                               

A noite este sonho veio me visitar, todxs sorrindo e Seu Manolo com sua carretinha estavam aqui.

Este cortejo festivo passaria pelas ruas de terra de alguma comunidade tão parecida com tantas que já visitei, anunciando sabe o que Maria?! 

- Um grandioso espetáculo! tem engolidores de espadas, pernaltas. Serpentine, uma graciosa contorcionista. E também teatro,  as atrizes e atores estavam deslumbrantes em suas vestes. Seria uma história de amor e aventura para rir e chorar ao mesmo tempo,  um mistério destes que se contam em capítulos.                                                 

-Sim Maria, é o encantamento nas ruas é como uma aparição como tantas aparições...um devaneio de fim de tarde. As pessoas correram as ruas para ver este grande espetáculo e ele começou... E neste dia quem abriu a cena foi seu Manolo tocando caixa, era a música mais festiva que eu já tinha ouvido.  

- Acordei Maria e o corpo estava em quentura alegre e ademais amanhã eu te conto qual era a estória do sonho e antes que eu vá, uma curiosidade me acompanha: Seu Manolo era devoto de São Jorge?

 

Saudades do Seu Manolo, Maria!!!


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