Foto: Augusto Paiva
Debutadas
A mão solta do violeiro,
Faz a viola chorar,
É de ponta de pé,
É de calcanhar.
É a promessa,
É a reza desse cantar,
São Gonçalo espiralar.
No peito do estandarte,
Um dia meio boneco meio pessoa,
Chegado numa travessia.
Mas sempre chega sábado,
Se aquietar o afobado,
Pregado no pé,
Com fé, bom violeiro é.
A noite é possível ouvir a viola,
Os pés das moças no passo da moda,
Ei de benzer minhas cordas,
Pra cantoria saí como mariolas,
Pra outros santos nós reza,
Mas pra São Gonçalo nós dança,
Canta, arremessa e acerta.
É da promessa da primeira peça,
Que a gente vive debutante,
Brincando de ser Dansadeiras,
Dessa vida que é pra lá de pulsante.
Binho Signorelli
Nenhum comentário:
Postar um comentário