sexta-feira, 24 de julho de 2020

Carta Footfalls


Foto: Barbara Morais

Contornos bordados de oralituras, dos mares que advém de muitas origens. Que da serra sobem, que fazem a cidade adormecer, paradoxal, já que se faz quase colada à capital. A motricidade da jornada, trabalhadoras das fábricas.

 Marco zero das partidas, mesmo que chegança, há sempre uma parte que se despede, que assossega o espírito quando se delonga. 

O encontro dos pequenos mares. O mar habitante em mim. O mar habitante nas pessoas que passam nas ruas, comércios, bancos...

Onde começa o nosso mar? No quintal de uma igreja? Capela de Santa Filomena.

 Uma anunciação de sincretismos e intersecções de peles vestidas, linguagens de fiandeiras que acenderam a chama nos olhos. 

 Quais outras narrativas, orais, que provém dessa grande fonte cheia de peixes que só escutamos falar? Ou a árvore que era o ponto de encontro? Ali também caminha o mar? 

 A queda de pés - a queda das águas - a queda do céu. 

As bocas das rodas de fiar cantam as histórias que não servem para os livros, mas que tem sua própria linha de derramar o entrelaçamento nosso com o som do mar. 

Binho Signorelli

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